“Gala Cotidiana” é uma
obra híbrida que propõe a experimentação da performance, da instalação
interativa e da intervenção urbana, explorando a relação entre a presença e o
comportamento dos artistas com o público afetado, a partir da criação de um
sistema que estimula a dança improvisada. Neste sistema os artistas presentes
se colocam como dispositivos fundamentais na configuração da experiência com a
obra.
No cenário configurado pela obra, vemos a artista Fernanda
Gomes sentada em uma cadeira, usando um vestido de gala com uma caixa de som
bluetooth acoplada. Ela está ao lado do artista Elmir Mateus, usando um
smoking, também com uma caixa de som bluetooth acoplada. Visivelmente os
artistas estão esperando um convite para dançar. Das caixas de som saem valsas
tradicionais, ajudando a criar uma atmosfera de baile. Diante dos artistas
sentados, está posicionado um totem exibindo um menu com dois tablets.
Aquele que passa pela cena e se aproxima do totem, descobre
que através do menu ele pode escolher o seu par e a música que quer dançar. Depois de clicar na música e na imagem do artista escolhido, o transeunte,
que se transforma em um espectador
performer da obra, depara-se com a seguinte cena: a valsa que saía das
caixas de som acopladas nas roupas dos artistas sentados é interrompida e a
música escolhida começa a sair apenas da caixa de som acoplada na roupa do
artista escolhido. Este artista se levanta e chama o espectador para dançar.
Temos então a configuração de uma pista de dança, onde o par é formado pelo
artista escolhido e pela pessoa que se aventurou a interagir com a obra. O artista
que não foi escolhido continua sentado, imóvel em sua cadeira.
Assim
como Jam Serenata, Gala Cotidiana já
foi experimentado em espaços de distintas configurações. Em uma primeira fase
foram ocupados cinco espaços públicos da cidade do Rio de Janeiro, de 30 de
maio a 3 de junho de 2016, das 16h às 18h: Largo do Machado, Cinelândia, Largo
da Carioca, Praça XV e Praça Mauá.
Uma
interferência interativa como Gala
Cotidiana, desenvolvida dentro de um processo de pesquisa, tem como
objetivo ressaltar e colocar em prova estas características dos espaços
públicos urbanos. Ao identificar a cidade como um grande laboratório
buscamos provocar reconfigurações
coletivas experimentais que se constituem como recortes sociológicos, culturais
e artísticos.






